sexta-feira, maio 28, 2004

Portugal toma medidas eficazes

Por momentos cheguei a bradar contra a ineficácia do SEF que, pensava eu, estaria a deixar qualquer pessoa em Portugal. Agora compreendo. Paul McCartney, Rui Veloso, Luís Represas e João Pedro Pais estão todos no Rock in Rio.

A jogada é de mestre. Por uns dias sabemos onde é que eles estão, todos juntinhos. O mundo não tem de os temer.


Um abraço e até logo

quinta-feira, maio 27, 2004

Anda tudo bêbado ou quê?

Telmo Correia manda calar o António José Seguro (?). Mota Amaral manda calar o Telmo. Telmo manda Mota mandar calar já não sei quem.

Não se riam da nossa Assembleia da República que não é bonito - vá lá, até amanhã

Já agora

Agora que tenho um contador e que sei - aliás, já o pressentia - ter pelo menos uns três ou quatro leitores açíduos (ainda influênçias do camarada Carvalhaççe) - para além de mim, claro está, do SIS e do MAI que, eu sei, andam a controlar-me:

PORTUGAL É UM PAÍS DO DIABO. VENHAM DAÍ ESSES DESMENTIDOS.

Prometo guardá-los religiosamente. Sei que me vão ser de muito uso quando a minha filha começar a fazer-me perguntas incómodasseçç.


Um abraço e até já

Rodelas dentadas do Portugal de futuro

O MELHOR

O FC Porto. O José Mourinho. O Deco.


O PIOR

(a propósito do comentário do meu grande amigo sedentário) Então o SEF acabou por frustrar os planos da invasão comuna?


O MAIS DIVERTIDO

(prémio olha que novidade) Então o Doutor Durão Barroso estava à espera de quê? Que mais pode ser uma esquerda caviar do que (notem o tom de menino da Lapa) insuportavelmente arrogante? Quanto a intelectualmente desonesto, eu não iria por aí. Nem por aí nem por outro lado.


O PORTUGUÊS CORRECTO

Reparemos como o Doutor Carlos Carvalhas pronuncia "covarde". Ao contrário de uma imensa maioria, que diz "cobarde", ele deiça çair entre dentess: "covarde". Isto é coisa de homem da Beira, mas não deixa de estar correcto. Quer diçer: correctamente pronunçiado. Ciciado - mas alto e bom som.


Um abraço e até logo

No fio da navalha, eu caio para cima

É impressionante o quão ténue é a linha que muitas vezes separa o bem do mal. Igualmente, a linha mestra que separa o Fausto de um Luís Represas. Qualquer semelhança é no entanto apenas fruto do acaso. Coisas para além... da casuística.

O mago da pop(ular) está de volta ao fim de anos. Vocês sabem de quem é que eu estou a falar. Vocês sabem que eu sei que vocês sabem.

Um abraço e até já

Más línguas, maus agoiros

A propósito deste post aqui em baixo. Parece até que eu sou provocador. Alguém que leu aquilo que inocentemente escrevi sobre o folhetim fechado à pressa de Manuela Ferreira Leite disse-me em surdina: "quando ela corrigiu... ainda não era ministra (fez aqui uma pausa) mas já sabia que ía ser".

Eu não sou má língua - nem é preciso dizer que não sou má língua na escrita. Não sou, acabou-se. Portanto, não acredito, isto não pode ser verdade. Se fosse seria grave. Seria caso para despedimento por justa causa.

Um abraço e até já

quarta-feira, maio 26, 2004

In politics, timing is everything (isto, digo-o eu)

Li ali num blog ao lado que a ministra Manuela Ferreira Leite não fez mal, que a comunicação fez mal e bla bla bla. Que ela não fez mal porque, de livre e espontânea vontade, corrigiu a declaração de rendimentos. Que os media fizeram mal porque quando deram a notícia fizeram render o peixe: a manchete não deveria ser "MFL não declarou", mas sim "MFL corrigiu declaração". Razão absoluta.

A única coisa que eu não vi em lado nenhum, e isso sim teria chateado: quando e em que condição pessoal e profissional corrigiu MFL a sua declaração de rendimentos. Grave, de facto, teria sido a cidadã ter corrigido o IRS já ministra. Eu digo isto honestamente sem saber o timing da "reposição da verdade das contas nas Finanças".

Um abraço e até logo

sábado, maio 22, 2004

Raízes

É a isto que tudo se resume?

Terrível vício o de já ter convivido com seres superiores.

Um abraço e até logo

quinta-feira, maio 20, 2004

Se Isto É Um Homem

Esta é uma das imagens do que não é a civilização. Digo eu - mas sempre posso estar enganado. A vida está cheia de surpresas.

Um abraço e até já

Não tenho de voltar a cabeça

Foi este o cadáver mostrado como trféu. Com sorrisos e polegares levantados. Charles Graner e Sabrina Harman são de facto animais. E como animais que são, deverão ser encarcerados. Os tribunais marciais dos Estados Unidos encarregar-se-ão disso.

Para que os também animalescos linchamentos de tropas norte-americanas nas ruas iraquianas possam sempre ser condenados sem reservas.

Um abraço e até logo

quarta-feira, maio 19, 2004

A matança prossegue suave como uma brisa

Foi sem acreditar que ouvi as notícias da tarde. Que Israel tomara em mãos a espada. Que crianças e jovens haviam sido vergados em sangue às mãos de um plano de nome poético - "Arco-Íris e Nuvens".

Vi então imagens desses mortos antes do tempo. A verdade era assim ao correr dos olhos. Uma das fotografias mostrava uma criança - 13 anos é criança - embrulhada em tecido com manchas vermelhas, as marcas da infâmia. Estava virado para mim de cabeça, os pés para a frente. Tive de voltar a cabeça ao contrário para lhe perceber os traços infantis na pele já cinzenta. Olhei-o bem e não, não era o rosto de um animal que se abate porque rosnou à nossa passagem.

Um abraço ferido e até logo

terça-feira, maio 18, 2004

Ó senhor José Mourinho

Fica-lhe bem remoer quando perde. Dormir mal a pensar que vai para Inglaterra derrotado no último jogo em Portugal. E logo na final da Taça. E logo com o Benfica.

Quanto a árbitros, calma. O golo anulado ao Manchester na segunda mão e o penalti com uma agressão perdoados na Corunha não o chatearam nada. Vá lá ver o vídeo e ainda descobre que o Nuno Valente andou para ali às cotoveladas.

De qualquer forma, meus amigos portistas, boa sorte com o Mónaco.

Um abraço e até logo

São papoilas saltitantes



Sou do Benfica
E isso me envaidece
Tenho a genica
Que a qualquer engrandece
Sou de um clube lutador
Que na luta com fervor
Nunca encontro rival
Neste nosso Portugal

Ser Benfiquista
É ter na alma a chama imensa
Que nos conquista
E leva a palma à Luz intensa
Do sol que lá no céu
Risonho vem beijar
Com orgulho muito seu
As camisolas berrantes
Que nos campos a vibrar
São papoilas saltitantes

sexta-feira, maio 14, 2004

Muito obrigado, minha pomba

Foi com prazer desmesurado e uma alegria quase puerilizada que vi e ouvi ontem Colin Powell a pôr-nos, portugueses, no centro do Mundo. E na mira do terrorismo internacional, já agora.

Já não bastava a CIA andar a avisar os turistas americanos que visitassem Lisboa para terem cuidado com os larápios da carreira do eléctrico 28, e vem agora o secretário de Estado dizer-lhes alto e bom som que a altura é propícia para terroristas, bombistas e afins. Para Powell ser mais eficaz, só fazendo um roteiro dos locais a atacar (aqui, o sec fez meramente um levantamento muito por alto).

Por tudo isto, por virar finalmente as atenções para nós, o meu muito obrigado em nome de todos os portugueses e lisboetas que vão ter de aguentar com multidões e concentrações e, como augurou, uma bombita ou outra. Obrigado pelos avisos, não fossem os bombistas estar distraídos.

E sei, tenho a certeza, que em caso de uma tragédia Vexa virá a terreiro mostrar a sua solidariedade e sublinhar a importância da unidade de todos os países civilizados contra essa ameaça terrível que é o terrorismo mundial. Vocês, norte-americanos, estarão connosco na hora de luto e nós cada vez mais com os senhores na hora da luta.

Um abraço e até logo

quarta-feira, maio 12, 2004

Não sei o que dizer

O facto é tão revoltante que quase consegui evitar pensar nele e escrever sobre ele. Há tempos escrevi sobre uma criança palestiniana ao colo do pai morta por soldados israelitas. A imagem era terrível - não sei o porquê mas era-o ainda mais terrível para mim porque parecia que a criança apenas dormia um sono merecido.

Há dias, palestinianos mataram uma mãe grávida e as suas três filhas. Não há distinção na revolta que senti numa e na outra situação. Não as vejo como parte de um conflito entre Estados. Custa-me por estarem no centro de ódios entre seres humanos.

Há dias voltei a ver uma imagem de uma menina israelita a chorar, em pânico, nos braços do pai, deitados por terra atrás de um carro, durante um ataque palestiniano aos colonos - na Faixa de Gaza. Na mesma Faixa de Gaza vi há dois dias uma foto de um pequenino palestiniano a chorar à beira da sua casa demolida pelo exército israelita.

Todas essas imagens me provocam angústia irrespirável. Um peso no cérebro que quase não me deixa pensar. Sou pró-israelita? Sou pró-palestiniano? E o que interessa isso?

Um abraço e até logo

Ser Humano outra vez

Como o homem era pequeno no Renascimento que acabara de criar. Estamos órfãos outra vez - venha a nós esse reRenascimento humanista - e seja feita a minha vontade.

Um abraço e até logo

segunda-feira, maio 10, 2004

the men of the pandeirette

Estou uum pouco farto das minhas escassas competências. No entanto, sempre é melhor do que ser o rapaz da pandeireta nas tunas académicas. (tuna é fish, pois é - é atum)

Não deve haver coisa mais ridícula do que o rapaz da pandeireta. Até pode haver coisas mais ridículas, mas não obrigam a tirar um curso superior para serem feitas. E andam pais a pagar para aquilo. Já não bastava as fatiotas da treta.

Um abraço e até logo

sexta-feira, maio 07, 2004

E já agora

O míssil balístico de domingo em Alvalade. DON GEOVANNI, monstro infernal. José Moreira é nome de quê?

Um abraço, até logo

Estava a esquecer-me

Parabéns aos portistas. Também à equipa do Porto e ao Mourinho. E, principalmente, para os meus amigos "dragões". Bem sei, não são perfeitos - mas são meus amigos.

Um abraço, até logo

PS - O importante nisto é - como faz o Mourinho, português maior - nem sequer começar os discursos com "Mostrámos que, apesar de portugueses,...". Ser grande não cresce debaixo dos pés.

O mundo é um sítio dos diabos

Também se aceitam desmentidos.

Quanto à sondagem anterior, ninguém escreveu a desmentir que "Portugal é um país dos diabos". Pelo que, não havendo quem discorde da afirmação, há possibilidade de a tese ser válida.

Até já, um abraço

quarta-feira, maio 05, 2004

Quando a dor já cá não cabe

Gilene. Foi a partir deste nome. Uma criança de São Tomé que está a morrer porque não tem dinheiro para os tratamentos à Sida que a consome. Não tem dinheiro. Uma menina de cinco anos não é suposto ter dinheiro.

Quando a dor se torna insuportável cá dentro temos ideias destas. Quando vemos crianças e imaginamos muitas mais a gritarem por mães que nem têm, temos ideias destas.

Já uma vez escrevi que os políticos de que me lembro são de uma incompetência atroz. Cruel mesmo. E depois surgem-me coisas na cabeça, coisas quase igualmente cruéis que exigem sacrifícios a quem os não deve.

Imaginem que um dia alguém se lembra de levar os filhos recém-nascidos dos grandes líderes da política e da economia mundial para África e os misturava com as populações carenciadas, a morrer de doença e de fome. Se algum pingo de humanidade houvesse nos corações dos seus pais, se alguma réstea de lógica funcionasse nos seus cérebros, não tentariam eles levar a todos o que queriam que chegasse a um? Em que ápice se resolveriam os problemas daqueles que nada têm? Não sei, estas ideias são apenas daquelas. Coisas que eu penso há anos mas sobre as quais evito escrever. Eu também sou culpado pelo pouco que faço.

Um abraço, até logo

domingo, maio 02, 2004

Why why

Caríssimo sedentário, não sei se sou feito do mesmo barro que deu forma a Vassili Zaitsev, se o criador nos talhou com o mesmo formão. Agrada-me pensar que sim, que algo de comum correria nas nossas entranhas. Mas o que me consome é que para abater o mestre dos snipers alemães eu tenha de expor à sua fúria, não um, mas vários Koulikovs.

Um abraço e até logo