Era tudo verdade e há-de continuar a ser
Enganei-me e esqueci-me. Embalado por um Benfica de ataque, só no final do jogo me apercebi que no canal ao lado já tudo se estava a passar no Vale do pequeno Huw. Apanhei o Donald Crisp a decidir o futuro do filho: ...e depois a universidade, para ser médico ou advogado? O pequeno preferiu as minas. Trabalho digno, acrescentaria a mãe. Se era bom para os irmãos por que não o haveria de ser para Huw. E também é disto que se faz aquela obra-prima. A grandeza humana em todas as condições. Ou nobreza. Não o disse há dias, digo-o agora.
Tive ainda tempo para ver o professor de boxe responder ao antigo lutador, quando este o incitou a descer à mina para resgatar feridos de uma explosão: "No. There's a coward I am. But I'll hold your coat".
Muito haverá para sempre a dizer sobre o vale que era verde. Não o disse, mas há ainda a luta pela vida, a luta entre classes e o crescimento do espírito humano. A pequenez das mentes que corroem as vidas em comunidade. E o cheiro das coisas que nos ficam como marcos da infância. E um joelho esfolado e um nariz esmurrado. E, mais uma vez, como ser inteiro não exige elevadas quantias em dinheiro, apenas a "massa" rectilínea que faz os grandes homens. Que não vêm obrigatoriamente nas enciclopédias, que podem estar ao nosso lado, na nossa rua, na tasca entre cheiro a coiratos e tinto mal entornado.
É curioso que até nesta minha escolha para filme da minha vida esteja tudo aquilo que eu me forço todos os dias a ser. Quando o vi, há muitos anos, foi nesta gente que eu assentei os meus arraiais. Os supostamente mais fracos.
Um abraço (a não mais do que meia dúzia de leitores, suponho). Até logo
Tive ainda tempo para ver o professor de boxe responder ao antigo lutador, quando este o incitou a descer à mina para resgatar feridos de uma explosão: "No. There's a coward I am. But I'll hold your coat".
Muito haverá para sempre a dizer sobre o vale que era verde. Não o disse, mas há ainda a luta pela vida, a luta entre classes e o crescimento do espírito humano. A pequenez das mentes que corroem as vidas em comunidade. E o cheiro das coisas que nos ficam como marcos da infância. E um joelho esfolado e um nariz esmurrado. E, mais uma vez, como ser inteiro não exige elevadas quantias em dinheiro, apenas a "massa" rectilínea que faz os grandes homens. Que não vêm obrigatoriamente nas enciclopédias, que podem estar ao nosso lado, na nossa rua, na tasca entre cheiro a coiratos e tinto mal entornado.
É curioso que até nesta minha escolha para filme da minha vida esteja tudo aquilo que eu me forço todos os dias a ser. Quando o vi, há muitos anos, foi nesta gente que eu assentei os meus arraiais. Os supostamente mais fracos.
Um abraço (a não mais do que meia dúzia de leitores, suponho). Até logo
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