sexta-feira, março 20, 2009

Os trinados de VReilly são a porta aberta para os verões de aldeia. Um outro tempo quando mastigar o ar quente era ainda possível. Todos ou quase eram vivos algures. Pouco mais do que pele era o que o dia exigia como um interminável caminho de iniciação em cerimónias primordiais a cada caminho de terra num paraíso perdido nas fronteiras do mundo. A boca recheava-se do vermelho de tomates biológicos apanhados na horta de alguém e o ar era cheio de silêncios interrompidos por pássaros ou juntas de bois que dispensavam passadas cerimoniosas ao carro de juncos que gemia logo atrás. O tempo era todo mas o relógio era usado com parcimónia. Durante a tarde deixava Manchester entrar-me pelo quarto que outrora fora adega ou silo, talvez silo. E sinto que o mundo me escapou por debaixo dos pés a cada vez que ouço o LC. Uma ideia de falhar, como se fosse já inútil procurar todos estes anos depois onde está aquele rapaz que eu vejo agora à sombra da perfeição. Aquele rapaz que era eu e que apenas por farsa se mostrava domesticado. Lembrei-me disso depois disto http://www.lexico-familiar.blogspot.com/. E temo por aqueles que nos governam sem génio, sem um rasgo ou um gesto de imaginação. Triste mundo o dos adultos. O PAeS conheci-o vagamente nos corredores da universidade. Do que lhe vi e ouvi seria um bom começo para os dias futuros.

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