O quotidien feito pelos leitores dos outros, neste caso do Abrupto
"(...) estranho o seu silêncio sobre a situação no Sudão e estranho mais ainda porque me recordo das suas palavras críticas sobre a inércia da comunidade internacional, nomeadamente da ONU, aquando do genocídio no Ruanda.
No seguimento do recorrente conflito no Iraque e, utilizando as suas palavras, "numa altura em que nada acontece de relevante", seria bom que "as televisões, o mais poderoso meio de comunicação social" dispensassem alguns segundos para o seguinte:
O Congresso americano aprovou por unanimidade uma resolução considerando a crise do Darfur um genocídio e pediu a intervenção urgente dos Estados Unidos. Foi entregue um projecto americano no Conselho de Segurança da ONU a prever sanções contra Cartum caso o Governo não desarme as milícias árabes.
O Congresso pediu também à Administração do Presidente George W. Bush que assuma a palavra genocídio e que lidere uma acção internacional para lhe pôr cobro, eventualmente uma intervenção unilateral para impedir o genocídio caso as Nações Unidas não intervenham. A juntar a isto o Exército britânico está preparado para enviar 5000 soldados para o Darfur." (Leitor do Abrupto)
Esta sequência de frases aparece no blog de Pacheco Pereira. Não sei se o leitor está a sério, se está a ironizar, se está a fazer favores, portanto vou dizer o que acho das frases e não do que acho de alguém as escrever.
As coisas, ditas daquela maneira, soam a estranho. Não vou, aliás, alongar-me no que aquilo pouco diz. Mas a imagem que me vinha à cabeça à medida da leitura era a de duas vizinhas a terem uma espécie de diálogo desta natureza:
- Ah, veja lá que o marido da Ermelinda está tão mal.
- Pois é, coitadito.
-É doença ruim, não é?
-Pois é.
-Bem, olhe, deixe-me lá ir que tenho de passar uma roupita que deixei acumular que tenho andado tão mal das costas...
-E eu também tenho de ir fazer o jantar que a minha vida anda num inferno desde que...
-É, olhe, só a nós.
E quanto a "os britânicos estão preparados" e "assumir a palavra genocído e pôr-lhe cobro", que tal um pouco de genica à Março de 2003 e entrar por ali adentro e endireitar as coisas de uma vez por todas? Quer dizer, fazer bem uma vez sem exemplo. Levar ajuda a quem de facto deve estar aterrorizado segundo a segundo. A quem não se pode dar ao luxo do timming ocidental e esperar pelo fim das férias.
Um abraço e até logo
No seguimento do recorrente conflito no Iraque e, utilizando as suas palavras, "numa altura em que nada acontece de relevante", seria bom que "as televisões, o mais poderoso meio de comunicação social" dispensassem alguns segundos para o seguinte:
O Congresso americano aprovou por unanimidade uma resolução considerando a crise do Darfur um genocídio e pediu a intervenção urgente dos Estados Unidos. Foi entregue um projecto americano no Conselho de Segurança da ONU a prever sanções contra Cartum caso o Governo não desarme as milícias árabes.
O Congresso pediu também à Administração do Presidente George W. Bush que assuma a palavra genocídio e que lidere uma acção internacional para lhe pôr cobro, eventualmente uma intervenção unilateral para impedir o genocídio caso as Nações Unidas não intervenham. A juntar a isto o Exército britânico está preparado para enviar 5000 soldados para o Darfur." (Leitor do Abrupto)
Esta sequência de frases aparece no blog de Pacheco Pereira. Não sei se o leitor está a sério, se está a ironizar, se está a fazer favores, portanto vou dizer o que acho das frases e não do que acho de alguém as escrever.
As coisas, ditas daquela maneira, soam a estranho. Não vou, aliás, alongar-me no que aquilo pouco diz. Mas a imagem que me vinha à cabeça à medida da leitura era a de duas vizinhas a terem uma espécie de diálogo desta natureza:
- Ah, veja lá que o marido da Ermelinda está tão mal.
- Pois é, coitadito.
-É doença ruim, não é?
-Pois é.
-Bem, olhe, deixe-me lá ir que tenho de passar uma roupita que deixei acumular que tenho andado tão mal das costas...
-E eu também tenho de ir fazer o jantar que a minha vida anda num inferno desde que...
-É, olhe, só a nós.
E quanto a "os britânicos estão preparados" e "assumir a palavra genocído e pôr-lhe cobro", que tal um pouco de genica à Março de 2003 e entrar por ali adentro e endireitar as coisas de uma vez por todas? Quer dizer, fazer bem uma vez sem exemplo. Levar ajuda a quem de facto deve estar aterrorizado segundo a segundo. A quem não se pode dar ao luxo do timming ocidental e esperar pelo fim das férias.
Um abraço e até logo
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