O blog, a resposta aos leitores e aos amigos dele
Esta é na íntegra a resposta que enviei ao mail recebido:
"Caríssimo...,
por mais estranho que possa parecer-te, concordo com quase tudo o que dizes. A única coisa que eu acrescentaria é que a situação também é alimentada pela falta de bom senso de determinadas alas políticas israelitas - o Likud e os seus falcões - e os judeus ortodoxos que o são antes de serem israelitas.
Repara que eu nada escrevi quando foi morto o sheiq Ahmed Yassin. E não foi por falta de tempo. Simplesmente não me merecia qualquer réstia de respeito a sua forma forma de pensar. Por exemplo, apenas me suscitou uma gargalhada sincera quando a ETA se veio mostrar vítima das milícias armadas de Felipe González. É claro que do ponto de vista político, num sistema de democracia, é inaceitável o recurso a manobras paramilitares como os GAL - mas acresce que eu não sou político. (Mas não deixou de ter piada o lobo com pele de cordeiro vir dizer que estava a ser atacado por cordeiros com pele de lobo - digno de pena.)
Outra coisa. A revolta que senti quando vi aquela imagem, porque eu vi a imagem do menino ao colo do pai, te-la-ía sentido se pai e filho fossem judeus, porque a mim já não me interessa a dimensão política, porque essa já falhou, e a solução será outra que fomente dentro da sociedade civil, com o problema extremo de se tratar de Estados profunda e erradamente enraizados na religião, essa ameaça crescente a todas as PAZes. Outras vezes me revoltei quando ouvi dizer de bebés mortos ou feridos em autocarros de Israel (quem diz bebés diz pessoas, que o direito à vida não se mede pela idade). E nessa altura, amaldiçoei o bombista palestiniano que pôs morta uma criança que horas antes acordara para mais um dia.
Desde pequeno, já to disse em alguma conversa, ouço o meu pai defender a mesma ideia sobre as ex-colónias. Angola e Moçambique, diz, nunca terão a paz porque os seus dirigentes criaram-se na guerra e por causa da guerra. E porque não sabem fazer mais nada. Ora, temo que também assim seja no Médio Oriente. E foi aqui que eu discordei de ti. Não são apenas os dirigentes palestinianos, esta febre perpassa também pelo espírito bélico de um povo há milhares de anos em demanda.
Um abraço..."
Até já
"Caríssimo...,
por mais estranho que possa parecer-te, concordo com quase tudo o que dizes. A única coisa que eu acrescentaria é que a situação também é alimentada pela falta de bom senso de determinadas alas políticas israelitas - o Likud e os seus falcões - e os judeus ortodoxos que o são antes de serem israelitas.
Repara que eu nada escrevi quando foi morto o sheiq Ahmed Yassin. E não foi por falta de tempo. Simplesmente não me merecia qualquer réstia de respeito a sua forma forma de pensar. Por exemplo, apenas me suscitou uma gargalhada sincera quando a ETA se veio mostrar vítima das milícias armadas de Felipe González. É claro que do ponto de vista político, num sistema de democracia, é inaceitável o recurso a manobras paramilitares como os GAL - mas acresce que eu não sou político. (Mas não deixou de ter piada o lobo com pele de cordeiro vir dizer que estava a ser atacado por cordeiros com pele de lobo - digno de pena.)
Outra coisa. A revolta que senti quando vi aquela imagem, porque eu vi a imagem do menino ao colo do pai, te-la-ía sentido se pai e filho fossem judeus, porque a mim já não me interessa a dimensão política, porque essa já falhou, e a solução será outra que fomente dentro da sociedade civil, com o problema extremo de se tratar de Estados profunda e erradamente enraizados na religião, essa ameaça crescente a todas as PAZes. Outras vezes me revoltei quando ouvi dizer de bebés mortos ou feridos em autocarros de Israel (quem diz bebés diz pessoas, que o direito à vida não se mede pela idade). E nessa altura, amaldiçoei o bombista palestiniano que pôs morta uma criança que horas antes acordara para mais um dia.
Desde pequeno, já to disse em alguma conversa, ouço o meu pai defender a mesma ideia sobre as ex-colónias. Angola e Moçambique, diz, nunca terão a paz porque os seus dirigentes criaram-se na guerra e por causa da guerra. E porque não sabem fazer mais nada. Ora, temo que também assim seja no Médio Oriente. E foi aqui que eu discordei de ti. Não são apenas os dirigentes palestinianos, esta febre perpassa também pelo espírito bélico de um povo há milhares de anos em demanda.
Um abraço..."
Até já
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