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(hoje deu-me para transcrever coisas dos outros, qual ave de rapina)
"Olhar para um bebé de um mês custa que se farta. Leram bem. Não queria escrever olhar por, se bem que também custe. O que eu vos dizia é que não posso distrair-me um momento que seja a olhar para a televisão ou para onde quer que seja. É que me arrisco a perder um sorriso - porque ainda são muito fogazes - ou uma careta tipo Bart Simpson. E olhem que são perdas irreparáveis sempre que eu desvio os olhos da... e já só pressinto que aquela pequenina acabou de fazer das suas." (num blog restrito, de amigos que se querem)
"O xisto é frio. Não é de uma temperatura tangível pelo tacto que aqui se escreve. Se fosse esse o caso, o xisto seria frio quando a estação do ano o propiciasse. Não. O xisto é frio porque é desprovido de alma, geologicamente amputado da robustez granítica ou da sedução marmórea. Enfim, é frio porque é escuro, caro ao necrólatra prostrado perante a perda, necrológico na forma tumular como brota do solo das serranias agrestes que esmagam os sentidos. O xisto não é, na realidade, uma rocha de indefectível nobreza. Os seus exemplares desagregam-se, repartindo-se em sucessivas lâminas até à completa ausência de resistência. O xisto está aqui, apenas isso. É neutro. Só a recorrente tendência, muito humana, de emprestar um conceito poético ao meio circundante lhe adivinha uma certa beleza, porém envergonhada, velando eternamente por uma existência recatada, furtando-se à interpelação alheia. Certos pedaços da rocha arriscam produzir matizes de relativa complexidade, demarcando-se do cariz monocromático que impera. No entanto, mesmo os pedaços que ousam desafiar o lugar-comum nunca excedem as combinações de duas ou três tonalidades. O xisto é frio e está aqui, apenas isso." (O Sedentário) - Este extrato tenho o privilégio de lhe conhecer a mão matriz. No meu telefone móvel o autor consta assim: Grand Carlos. Nada é mais verdade.
Até já e um abraço ao caminhante
(hoje deu-me para transcrever coisas dos outros, qual ave de rapina)
"Olhar para um bebé de um mês custa que se farta. Leram bem. Não queria escrever olhar por, se bem que também custe. O que eu vos dizia é que não posso distrair-me um momento que seja a olhar para a televisão ou para onde quer que seja. É que me arrisco a perder um sorriso - porque ainda são muito fogazes - ou uma careta tipo Bart Simpson. E olhem que são perdas irreparáveis sempre que eu desvio os olhos da... e já só pressinto que aquela pequenina acabou de fazer das suas." (num blog restrito, de amigos que se querem)
"O xisto é frio. Não é de uma temperatura tangível pelo tacto que aqui se escreve. Se fosse esse o caso, o xisto seria frio quando a estação do ano o propiciasse. Não. O xisto é frio porque é desprovido de alma, geologicamente amputado da robustez granítica ou da sedução marmórea. Enfim, é frio porque é escuro, caro ao necrólatra prostrado perante a perda, necrológico na forma tumular como brota do solo das serranias agrestes que esmagam os sentidos. O xisto não é, na realidade, uma rocha de indefectível nobreza. Os seus exemplares desagregam-se, repartindo-se em sucessivas lâminas até à completa ausência de resistência. O xisto está aqui, apenas isso. É neutro. Só a recorrente tendência, muito humana, de emprestar um conceito poético ao meio circundante lhe adivinha uma certa beleza, porém envergonhada, velando eternamente por uma existência recatada, furtando-se à interpelação alheia. Certos pedaços da rocha arriscam produzir matizes de relativa complexidade, demarcando-se do cariz monocromático que impera. No entanto, mesmo os pedaços que ousam desafiar o lugar-comum nunca excedem as combinações de duas ou três tonalidades. O xisto é frio e está aqui, apenas isso." (O Sedentário) - Este extrato tenho o privilégio de lhe conhecer a mão matriz. No meu telefone móvel o autor consta assim: Grand Carlos. Nada é mais verdade.
Até já e um abraço ao caminhante
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