Ou sim ou sopas, senhor dom Aznar
Há coisas que não têm sentido na vida diária de um quotidiano latino como o que eu vivi na infância. Mas que ganham outra luz na vida vivida na esfera política. Aquilo que para mim, comum mortal, o das coisas pequenas, é absurdamente filho da incoerência não o parece ser para o representante da rês pública (rês, já se vê, daquilo que é tido como o animal da manada).
Senhor Aznar, em que ficamos? Incomoda-o a presença no Iraque? É que eu não percebo. Se é de assumir que se trata, não me venha dizer que lhe falta agora peito. Vejamos: o senhor apoiou uma guerra contra um regime sanguinário. Pareceu-lhe bem. Sabia que corria riscos. Corriam riscos os cruzados que enviou para a Babilónia. Até dia 10, tudo bem: esta coligação luta contra o eixo do mal.
Dia 11. Assassínio cobarde de centenas de civis. Sim, provavelmente uma acção de retaliação dos exércitos do mal em reacção à sua posição. A luta pelo bem comum sempre fez vítimas. Cristo não virou as costas quando viu o Calvário no horizonte de uma sexta-feira que lhe seria a última. Senhor Aznar, o senhor não tem a certeza de ter feito bem, porque se tivesse essa certeza teria sabido falar de outra forma ao povo espanhol. Teria sabido dizer-lhes por que não era em vão este martírio de 11 de Março. Porque teria a certeza de que estariam consigo. Porque estava a falar de boa fé. Com o coração partido - acredito que sim - mas com o olhar direito de quem apenas lança mão do bem e não de quem lança a mão a um projecto de circunstância.
Ao despistar a hipótese al Qaeda e dourar a hipótese ETA "sem qualquer dúvida" (Angel Acebes, o seu ministro do Interior dixit), o senhor Aznar tremeu na sua aliança do bem e acabou por atraiçoar a aliança com Bush e Blair. Renegou-os como Pedro renegou Cristo, como que andou perdido numa cruzada cega por sangue infiél e petrodólares.
Senhor Aznar, o senhor renegou a aliança do bem e agora não está com ninguém. E porquê? Porque outros interesses lhe ditam agora nova abordagem à apertadas curvas da rota política. Não é preciso dizer-lhe que baixas civis não rimam com eleições, pois não? O senhor já mal se aguentou com as baixas militares ou de inteligência, como queira.
O que eu me pergunto é isto: o que pensarão de facto - no íntimo - de si os seus aliados? Dirão eles, como a al Qaeda - que é o elo mais fraco? Olhe que sim, olhe que sim.
Um abraço, até já.
Senhor Aznar, em que ficamos? Incomoda-o a presença no Iraque? É que eu não percebo. Se é de assumir que se trata, não me venha dizer que lhe falta agora peito. Vejamos: o senhor apoiou uma guerra contra um regime sanguinário. Pareceu-lhe bem. Sabia que corria riscos. Corriam riscos os cruzados que enviou para a Babilónia. Até dia 10, tudo bem: esta coligação luta contra o eixo do mal.
Dia 11. Assassínio cobarde de centenas de civis. Sim, provavelmente uma acção de retaliação dos exércitos do mal em reacção à sua posição. A luta pelo bem comum sempre fez vítimas. Cristo não virou as costas quando viu o Calvário no horizonte de uma sexta-feira que lhe seria a última. Senhor Aznar, o senhor não tem a certeza de ter feito bem, porque se tivesse essa certeza teria sabido falar de outra forma ao povo espanhol. Teria sabido dizer-lhes por que não era em vão este martírio de 11 de Março. Porque teria a certeza de que estariam consigo. Porque estava a falar de boa fé. Com o coração partido - acredito que sim - mas com o olhar direito de quem apenas lança mão do bem e não de quem lança a mão a um projecto de circunstância.
Ao despistar a hipótese al Qaeda e dourar a hipótese ETA "sem qualquer dúvida" (Angel Acebes, o seu ministro do Interior dixit), o senhor Aznar tremeu na sua aliança do bem e acabou por atraiçoar a aliança com Bush e Blair. Renegou-os como Pedro renegou Cristo, como que andou perdido numa cruzada cega por sangue infiél e petrodólares.
Senhor Aznar, o senhor renegou a aliança do bem e agora não está com ninguém. E porquê? Porque outros interesses lhe ditam agora nova abordagem à apertadas curvas da rota política. Não é preciso dizer-lhe que baixas civis não rimam com eleições, pois não? O senhor já mal se aguentou com as baixas militares ou de inteligência, como queira.
O que eu me pergunto é isto: o que pensarão de facto - no íntimo - de si os seus aliados? Dirão eles, como a al Qaeda - que é o elo mais fraco? Olhe que sim, olhe que sim.
Um abraço, até já.
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