segunda-feira, agosto 25, 2008

SIBELINS

A irmã - dizem - fala de menos. O irmão fala demais. E mal. Além da tentativa de enriquecimento do vocabulário português com o projedicado, o insistente projedicado, saiu-se hoje com o a cara do gajo sobre um árbitro assistente. A sobranceria. Esta ainda é uma parte grande do país. O poder, o poder, oco poder.

sábado, agosto 02, 2008


Confirmei no blog "Os Livros Ardem Mal" da pior maneira a minha pior teoria sobre a arte e a democracia. Eu não sou um democrata quando se fala em arte e literatura. Durante anos defendi - e ainda defendo - que é criminoso escritores tipo Margarida Rebelo Pinto serem tão promovidos e tão tidos em conta pelos editores. Que um cantor de carreira nos bailaricos não deve ser tido em conta quando faz música. Obviamente, nada deve ser posto em causa no que respeita à total liberdade para tentarem criar - que não conseguem criar também é obvio. Não vou tão longe como um amigo meu, que diz que lutaria para que (nomeou um tipo que abominava enquanto músico) pudesse compor. Mas talvez devesse ir, se não tão longe, pelo menos até meio caminho.

E a minha argumentação é simples: a atenção é limitada, a indústria é limitada, e essa espécie de fazedores de música e de livros e de quadros e nãoseiquemais passam a ocupar muito espaço. Não é uma questão, portanto, de democracia mas de espaço.

E no "Os Livros Ardem Mal" isso é explicado. JorgeLuís Borges desapareceu das livrarias de Coimbra porque havia que dar espaço às bancas de tremoços. Rotatividade, parece que é o que dizem os livreiros. Ya. Pena que nessa merda de rotatividade haja uns cabrões que estão lá para o fim da fila no caralho que é o universo da criação. Mas os beneméritos porteiros fazem como nas dicotecas: o senhor aí ao fundo step forward. Vão-se foder. Lá em casa e com a vidinha deles devem fazer o mesmo, devem. Mas como é para o povo, essa grande massa da democracia, dêem-lhes uma merda qualquer embrulhada num papel bonito.

Eu, sem ter qualquer pretensão de gatekeeper - a ignorância ainda me atrapalha para a função -, quero para os outros o que quero para mim. Tenho, por exemplo, o terrível hábito de dar aos outros nos anos dos outros as coisas de que eu gosto, não o que eu acho que eles gostam. Porquê? Porque quero dar-lhes o melhor. Será significativo se eu oferecer a alguém um disco de Rui Veloso em vez do último trabalho dos Thievery Corporation.