sábado, março 27, 2004

llllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll lllllllllll llllllllllllll lllllllllllllll lllllllllllllllll llllllllllllllllll llllllllllllllllllll llllllllllllllllll lllllllllllllll lllllllll lllllllllll
ll lll lll lll lll llll llll ll lll

Pelo Estado de Israel

Abaixo com o inimigo sionista. Pronto, atirei a minha pedra, cabrões.

Um beijo para Khaled

Viva a diplomacia!

Nunca o atraso civilizacional foi tão grande. De que servem as revoluções da tecnologia quando estão circunscritos a uns quantos? E que dizer dos avanços da medicina acessíveis a míseros por cento da população mundial? De que servem os novos programas de alimentação rica e equilibrada com muitos milhões a morrerem à fome? Se eu pensar em bebés recém-nascidos, com uma vida curta e sofrida, destinados à terra fria, fico doente, perco o apetite.

Hoje vi uma imagem de um menino palestiniano de seis anos levado em braços pelo pai depois de ter sido atingido com um tiro de um soldado israelita na nuca perto de sua casa. O menino morreu e com ele eu morri mais um pouco.

O maior cego é aquele que não quer ver. Nunca na História da Humanidade se assistiu a líderes da política tão incompetentes e ignorantes. Onde estão esses génios de Harvard, Oxford, Cambridge, da Sorbonne, do MIT? Foram assoberbados pelas mentes brilhantes de West Point? Puta que pariu.

Até logo, o menino palestiniano chamava-se Khaled Walawil e vivia na Cisjordânia - ao colo do seu pai não tinha mais de três palmos

sexta-feira, março 26, 2004

Os melhores também se enganam

Num outro sítio, mais familiar, de cores aquecidas pela amizade, um amigo lamentava-se ainda agora de a sua vida ser um enorme "pois é".

Pois é, acontece que se engana. Quando tocamos alguém e o mudamos para melhor e sabemos que esse alguém irá mudar outro alguém e a engrenagem não deixa de funcionar pela eternidade com meia dúzia de maquinistas instruídos que com os anos serão muitos mais, a vida não será nunca um enorme "pois é". Mas seria um enorme vazio se viesse a dar-se o caso de o Carlos não existir. Pois é, assim acontece ser...

E chega de broches à borla que não é para isso que cá andamos.

Até logo e um abraço ao Carlos

O meu Benfica é assim

O Benfica perdeu e Lisboa chorou. Foi assim que a cidade me recebeu nas ruas. Com um ar molhado, contristado. Não sei se merecíamos outra sorte. Talvez. Mas é assim o meu Benfica - o melhor aqui, o pior ali. Nada que vá abalar a minha convicção de seguir para a frente com o baptismo de sócio da minha filha. "O Benfica é nosso, o Benfica é nosso e há-de ser, o Benfica é nosso, o Benfica é nosso até morrer".

Um abraço encarnado e até logo

quinta-feira, março 25, 2004

Bom Dia Princesa

É oficial - a minha filha agora acorda-me com um "olá papá" e quando se vira para a mãe diz "mamã". Ontem tive dúvidas e nem ao terceiro "olá papá" me convenci - na verdade convenci-me à primeira, mas isso fica entre nós.

Olá bebé, é assim que eu a acordo. Porque ela é a menina do "olá papá".

Um abraço babado, até já

segunda-feira, março 22, 2004

Imagine all the people...

Este texto caiu no meu e-mail assim por acaso. É sempre perigoso aceitarmos como legítimas determinadas coisas que circulam na Net. No entanto, deixo-o aqui à vossa consideração. Se o "autor-orador" não é de facto o dito ministro, deveria ser de imediato indicado para o cargo. (Segue o dito com a grafia original - sem emendas.)

"Durante um debate numa universidade nos Estados Unidos, o ex-governador do Dfe, o actual Ministro da Educação CRISTOVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia. O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um Brasileiro. Esta foi a resposta do Sr.Cristovam Buarque:

'De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.

Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro... O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extracção de petróleo e subir ou não o seu preço.

Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos,ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.

Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio,mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.

Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas,provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

Nos seus debates, os actuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a ideia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriam viver.

Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas,enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa!'"


Um abraço, até logo

sexta-feira, março 19, 2004

"Quem salva uma vida salva o mundo inteiro"

Muitas vezes fazem-nos crer que a vida humana tem cotação latitudinal. Que a vida em África vale muito pouco. Que uma vida no Médio Oriente é ligeiramente "disposable". Que engano.

Eu vejo lágrimas nos funerais iraquianos como as via na aldeia remota dos meus avós. Eu vejo o ar perdido de pequenos órfãos tão desajustados aqui como em qualquer parte do mundo.

Há dias, num documentário sobre a recente invasão do Iraque: tratava da missão dos médicos norte-americanos e de um jornalista que também era médico e a ausência de dúvidas deontológicas quando teve de largar o microfone e passar horas em tendas de cirurgia improvisadas. Outros houve que, a posteriori, falaram da sua cátedra. Como se as suas mãos estivessem melhor a segurar no micro em vez de salvar vidas quando mais ninguém o poderia ter feito.

Mas outra coisa me tocou: rapidamente percebi que os médicos norte-americanos tanto cuidavam dos militares da coligação como de civis (e eventualmente soldados) iraquianos. Um desses médicos estava a tratar uma criança iraquiana gravemente ferida nos bombardeamentos cirúrgicos do seu Governo. A determinada altura, e enquanto enrolava a cabeça do pequeno em gaze, talvez num gesto mais brusco, ouvi-lhe: "Sorry, son". Também ouvi isto na lista de Spielberg: "Quem salva uma vida salva o mundo inteiro".

Até logo, um abraço

quarta-feira, março 17, 2004

O deserto de Wadi Rum, na Jordânia

Num documentário que passou na 2:, o rei Abdullah da Jordânia contou esta história.

Um dia, o tio levou-o pelo deserto de Wadi Rum. É uma história sobre a hospitalidade dos beduínos. A areias tantas, deram com um homem, beduíno, um ser dos desertos. Ele convidou-os para jantarem com ele. Chamou-os para próximo de sua "casa" e disse-lhes para esperarem, partindo de seguida a cavalo. Chegou horas depois com doze ovelhas. Era o jantar para a comitiva.



Souberam depois que o beduíno tinha ido vender o seu cavalo branco, o bem mais precioso que possuía, para comprar as ovelhas. Deu o que tinha para dar. Mas, fazendo-o, deu muito mais. O tio de Abdullah, sabendo do sucedido, foi ao mercado, comprou o cavalo, doze ovelhas e ofereceu-os ao homem.

Não cheguei a perceber se o beduíno sabia estar na presença de príncipes. Não creio, de qualquer forma, que tenha interesse. É desta gente também que se faz a terra de infiéis. Gente desta...

Um abraço, até logo

domingo, março 14, 2004

Sou eu quem está errado

Ou muito me engano ou certas classes do país são demasiado acanhadas, falo de jornalistas-comentadores, políticos, outra vez comentadores, intelectuais e aspirantes a quase-intelectuais, analistas, artistas, intelectuais que nunca o serão e mais comentadores.

O que me irrita em quase todos eles é a terrível mania de escreverem de forma complexa sobre coisas simples. Não deveriam antes abordar de forma simples as questões complexas?

Um abraço, até logo

Senhor Aznar, um dia, era eu pequeno...

Um dia, lembro-me como se tivesse sido há vinte e oito anos, tive um pequeno desentendimento com o meu melhor amigo de infância - coisa que deu para o torto e acabou numa também pequena altercação. Resultado de um murro que ele ofereceu de refeição ao meu parco estômago, puxei o braço atrás e abri-lhe o lábio e esfuranquei-lhe o nariz (sei que aquela palavra não existe, o corrector automático acaba de tardiamente o confirmar - acontece que foi assim que o nariz lhe ficou).

Em consequência da minha inusitada potência - afinal só tinha seis anos - o pai do meu melhor amigo foi com ele a sangrar ter com o meu pai - eu, entretanto, retirara para terrenos estratégicos. Disse o pai do Joãozinho: Viu o que o seu filho fez? O meu pai sempre foi sensato e muito racional. Chamou-me. Perguntou: foste tu quem fez isto? Nessa altura, não tive dúvidas como o presidente do Governo espanhol e eu não era presidente de nada, apenas do meu carácter. "Sim". Não digo que o tenha afirmado com orgulho - apesar de apenas ter reagido, afinal tratava-se do meu melhor amigo, como continuou a ser. Mas disse, a olhar de frente: sim, fui eu. O meu pai deu-me um estalo. Não mugi nem tugi. Fiquei apenas marcado. Depois o meu pai foi tratar das mazelas do Joãozinho com o pai dele. Água quente e paninhos escaldados. Eu fiquei a um canto a olhar.

Eu podia ter dito que não. Não, não fui eu. Mas fui e não poderia ter dito outra coisa na inha ingenuidade de quem ainda só sabe agir de boa fé. A mão do meu pai marcou-me. Mas marcou-me mais quando ele, mais tarde e sem que ainda hoje saiba porquê, veio ter comigo e me pediu desculpa. Disse: "Desculpa, nunca mais te bato por uma coisa destas".

O povo espanhol nunca dirá o mesmo a José Maria Aznar. O presidente do Governo perdeu todas as oportunidades de um dia escrever nas suas memórias: "Com o sangue ainda fresco, o meu povo esteve do meu lado, nas boas e nas más horas".

Um abraço, até logo

Senhor Aznar, senhor Aznar...




O meu minuto de silêncio não acaba aqui. Um abraço, até já

Ou sim ou sopas, senhor dom Aznar

Há coisas que não têm sentido na vida diária de um quotidiano latino como o que eu vivi na infância. Mas que ganham outra luz na vida vivida na esfera política. Aquilo que para mim, comum mortal, o das coisas pequenas, é absurdamente filho da incoerência não o parece ser para o representante da rês pública (rês, já se vê, daquilo que é tido como o animal da manada).

Senhor Aznar, em que ficamos? Incomoda-o a presença no Iraque? É que eu não percebo. Se é de assumir que se trata, não me venha dizer que lhe falta agora peito. Vejamos: o senhor apoiou uma guerra contra um regime sanguinário. Pareceu-lhe bem. Sabia que corria riscos. Corriam riscos os cruzados que enviou para a Babilónia. Até dia 10, tudo bem: esta coligação luta contra o eixo do mal.

Dia 11. Assassínio cobarde de centenas de civis. Sim, provavelmente uma acção de retaliação dos exércitos do mal em reacção à sua posição. A luta pelo bem comum sempre fez vítimas. Cristo não virou as costas quando viu o Calvário no horizonte de uma sexta-feira que lhe seria a última. Senhor Aznar, o senhor não tem a certeza de ter feito bem, porque se tivesse essa certeza teria sabido falar de outra forma ao povo espanhol. Teria sabido dizer-lhes por que não era em vão este martírio de 11 de Março. Porque teria a certeza de que estariam consigo. Porque estava a falar de boa fé. Com o coração partido - acredito que sim - mas com o olhar direito de quem apenas lança mão do bem e não de quem lança a mão a um projecto de circunstância.

Ao despistar a hipótese al Qaeda e dourar a hipótese ETA "sem qualquer dúvida" (Angel Acebes, o seu ministro do Interior dixit), o senhor Aznar tremeu na sua aliança do bem e acabou por atraiçoar a aliança com Bush e Blair. Renegou-os como Pedro renegou Cristo, como que andou perdido numa cruzada cega por sangue infiél e petrodólares.

Senhor Aznar, o senhor renegou a aliança do bem e agora não está com ninguém. E porquê? Porque outros interesses lhe ditam agora nova abordagem à apertadas curvas da rota política. Não é preciso dizer-lhe que baixas civis não rimam com eleições, pois não? O senhor já mal se aguentou com as baixas militares ou de inteligência, como queira.

O que eu me pergunto é isto: o que pensarão de facto - no íntimo - de si os seus aliados? Dirão eles, como a al Qaeda - que é o elo mais fraco? Olhe que sim, olhe que sim.

Um abraço, até já.

sábado, março 13, 2004

Ora cá estão eles

Já tínhamos o Ninja das Caldas. Agora temos o Blog das Caldas. Os perigosos esquerdistas tremem nas suas velhas paredes.

Já agora, ali ao lado, em Madrid, pondo-se fim a um luto de três dias, a polícia carrega sobre... não sei, talvez madrilenos de luto. Alguém andará incomodado que não se saiba quem pôs as bombas, agora que estamos a escassas horas do assalto às urnas?

O Governo sempre pode ir institucionalmente assumindo opiniões. Erro, sempre pode - como deve - informar a Nação: foi a ETA, não descartamos outras hipóteses, blá blá blá. A Oposição, cala-se. Por respeito? Não sei. Eles agora estão aí na rua, a levar bastonadas, mas a equilibrar as contas.

Um abraço, até logo.

sexta-feira, março 12, 2004

A dor assim dói mais perto

Eu também vou fazer o minuto de silêncio. Mas, como este é um blog das coisas mais pequenas, vou estender os sessenta segundos e, como todos os dias, pensar no que posso fazer pelos que não têm comida, os que nascem condenados a uma precária existência de meses, que fazer com bebés levados ao colo para pedir nas ruas e às mães e irmãos que levam esses bebés.

Vou pensar como não mereciam aqueles homens e mulheres que tinham por cumprir a luta diária e acabaram em corpos estilhaçados e pensar nos corpos que por todo o mundo se estilhaçam na mira de bombas "inteligentes".

Pensar em tudo isso e muito mais e, mais do que certo, chegar à conclusão de que nada há a fazer contra a maldade pura, como nada há a fazer contra a prepotência e o egoísmo. Vamos fazer com que este minuto de silêncio passe dos sessenta segundos e se desdobre como vento quente pelas terras do planeta.

Um abraço. Até às 18:00

quinta-feira, março 11, 2004

Náufragos



É a isto que estamos reduzidos?

Até logo, com um abraço

quarta-feira, março 10, 2004

E com Taiwan aqui tão perto...

A associação SOS Vida vai passar a chamar-se o quê? SOS Vide (do francês)? Não se faz a defesa seja do que fôr com a mentira. Esta opção descuidada e infantil não tem desculpa. Agarrar-se em desespero a uma imagem cuja autenticidade ignora não parece ser trabalho de uma organização séria, credível - honesta. (Poderá ser que soam aqui ecos de uma certa propaganda e panfletarismo?)

Por exemplo, hoje em dia já quase toda a gente sabe que os comunistas não comem criancinhas ao pequeno almoço (alguns acreditam no entanto que é ao lanche).

O que eu pergunto é: até quando? Está bem, apresentaram desculpas. Vão portar-se bem e ser escorreitos. Mas um dia...

Eu, que sou contra o aborto mas compreendo a angústia que representa para muitas mulheres a realidade de uma gravidez, eu não precisava disto, muito menos disto.

Um abraço, até logo.

terça-feira, março 09, 2004

Sedentário, o tanas

É verdade que anda de pingo no nariz. Mas, constipado, obstipado ('vade retro') ou achacado, a verdade suprema é que o Sedentário nunca está obnubilado. Diz, atento como só ele: "Ontem Santana soçobrou. Lumen Christi! Para quem mantinha dúvidas sobre a diferença qualitativa entre os dois putativos candidatos da direita aos júbilos de Belém, aquele microfone azulado da TVE sobre a mesa de Cavaco deve ter sido esclarecedor." Está tudo dito.

Um abraço, até logo.

Fraldas? Há muitas.

Afinal não era necessário comprar fraldinhas. Fica registado.

Registo também que Paulo Portas e Mário Soares pensam que terão muita importância para marcar uma agenda de combates. Eu não vou dizer "cresça e apareça". Mas disse. Eu não vou dizer que o Doutor Mário Soares estava "armado em chico esperto". Digo antes, o antigo presidente é hábil na arte da guerrilha política.

Até logo.

segunda-feira, março 08, 2004

Nova fase

Fiz uma rápida e necessariamente curta pesquisa e reparei que no universo blog eu não sou citado em ladíssimo nenhum à excepção do sítio do meu amigo sedentário. Tomei uma decisão séria, pelo que de futuro dedicarei este espaço a coisas mais importantes.

Assim sendo, para hoje deixo aqui assente que devo verificar se tenho de comprar fraldas para a minha filha. Fraldas para mais de 6 kg, bem entendido.

Até logo

quinta-feira, março 04, 2004

Já agora, acabem com os bombeiros

Parece, acabo de o ler, que a Voxx vai acabar. Ao que parece, uns senhores populares decidiram que não valeria a pena prosseguir o projecto. Com a Voxx vai ainda a enterrar a Luna FM. Eu não sou melómano mas garanto-vos, a Luna era uma estação de fresca música de pauta e orquestra. Vai faltar-me a mim e à minha filha de cinco meses que sempre abria muito os olhos e alargava o sorriso sem dentes quando dançavamos um Puccini ou um Bramhs. É verdade que nunca apanhei Mahler ou Reich ou Glass. Mas, por favor, não seja esse o motivo do encerramento.

Não, o motivo será um outro que tem a ver com a falta de cultura de franjas. Começa-se por amalgamar. Depois, é só moldar. Das teorias da comunicação mais interessantes que foram escritas até à data, uma há que depois de anos de décadas de aceitação de uma aparente debilidade da televisão vem restituir à pequena caixa o seu poder hegemónico. A frase que a resume é curta: A televisão não diz às pessoas o que devem pensar, apenas sobre o que devem pensar.

Já não é novidade, se-lo-á para os ingénuos, que as ditaduras não se exercem a partir dos gabinetes de regime. Os domínios são económicos. É o económico que rege o social através da imposição de modelos simbólicos com retorno financeiro. Ora, as franjas, os "marginais" não são rentáveis. Isto é só uma das perspectivas.

A outra diz do moldar. Tudo o que escape ao mainstream é ameaçador - é como o directo em televisão -, foge do controlo do mestre. O oleiro, quando faz as suas peças, alisa as superfícies, tira impurezas, desfaz-se de restos. Ao fechar a Voxx, o popular Luís Nobre Guedes está a livrar-se dos restos, destes urbanos sofisticados que insistem em querer conhecer para além do amassado cultural que nos é embrulhado dia após dia. Já se previa isto com a ausência de gente como Ricardo Saló na TSF e a desastrada oferta de uma play-list (é assim que se escreve esta merda?).

Pois bem, eu não vou comer o contraplacado da cultura vigente. Vou continuar cada vez mais franjado e vou dar à minha filha o que eu quero. Houvesse um ship para bloquear estas ideias e já o teria accionado. Foram estas ideias que atiraram com o meu pai para a escola da vida quando governava um conterrâneo meu de vistas curtas. Ideias desenhadas em folha de hóstia regada a água benta. O meu pai teria dispensado os discursos de cátedra em troca do estudo afincado.

Pois bem, eu não vou sentar-me à mesa da amálgama. Não vou esperar que a 91.6 seja usurpada por um genial João Pedro Pais, pela Romana ou pela Ala dos Namorados. Ser-me-ía estranho ter de suportar um Rui Represas ou um Luís Veloso onde antes ouvi Silent Poets, Jazzanova e K&D. Ou os Air. Ou tantos outros.

Como dizia um amigo meu, quando há uns anos deram o golpe de misericórdia na X (ilustre progenitora da quase defunta Voxx), já agora acabem com os bombeiros e com os homens do lixo.

Um abraço e até logo