domingo, outubro 26, 2003

Blog goes out 2

Já se sabe que o erro é o que melhor caracteriza o processo de evolução da Humanidade. É-lhe natural, absolutamente imprescindí­vel. Mas isso não é uma descoberta que valha um louvor. É apenas evidente.

Também eu, por erro, comecei hoje o dia mais cedo do que devia. Coisas da hora de Inverno. Mais agreste é a vida pelo mundo fora. Quem saiba dos acontecimentos que a horas de alvorada já marcam o dia deverá estar a pensar como eu. Demolições na Faixa de Gaza, as maiores desde o início da segunda Intifada. Dois mil desalojados.

Até logo

sábado, outubro 25, 2003

Otherblogs
(hoje deu-me para transcrever coisas dos outros, qual ave de rapina)

"Olhar para um bebé de um mês custa que se farta. Leram bem. Não queria escrever olhar por, se bem que também custe. O que eu vos dizia é que não posso distrair-me um momento que seja a olhar para a televisão ou para onde quer que seja. É que me arrisco a perder um sorriso - porque ainda são muito fogazes - ou uma careta tipo Bart Simpson. E olhem que são perdas irreparáveis sempre que eu desvio os olhos da... e já só pressinto que aquela pequenina acabou de fazer das suas." (num blog restrito, de amigos que se querem)

"O xisto é frio. Não é de uma temperatura tangí­vel pelo tacto que aqui se escreve. Se fosse esse o caso, o xisto seria frio quando a estação do ano o propiciasse. Não. O xisto é frio porque é desprovido de alma, geologicamente amputado da robustez granítica ou da sedução marmórea. Enfim, é frio porque é escuro, caro ao necrólatra prostrado perante a perda, necrológico na forma tumular como brota do solo das serranias agrestes que esmagam os sentidos. O xisto não é, na realidade, uma rocha de indefectível nobreza. Os seus exemplares desagregam-se, repartindo-se em sucessivas lâminas até à completa ausência de resistência. O xisto está aqui, apenas isso. É neutro. Só a recorrente tendência, muito humana, de emprestar um conceito poético ao meio circundante lhe adivinha uma certa beleza, porém envergonhada, velando eternamente por uma existência recatada, furtando-se à interpelação alheia. Certos pedaços da rocha arriscam produzir matizes de relativa complexidade, demarcando-se do cariz monocromático que impera. No entanto, mesmo os pedaços que ousam desafiar o lugar-comum nunca excedem as combinações de duas ou três tonalidades. O xisto é frio e está aqui, apenas isso." (O Sedentário) - Este extrato tenho o privilégio de lhe conhecer a mão matriz. No meu telefone móvel o autor consta assim: Grand Carlos. Nada é mais verdade.

Até já e um abraço ao caminhante

quarta-feira, outubro 22, 2003

Nada de novo, apenas o espanto

As coisas não são novas. As coisas existiam. Estavam lá, eventualmente debaixo das pedras. Os factos são antigos. O paí­s não estava bem. Estava era na ignorância. Isto não é de agora. Tristemente, é de sempre, a velha história que se repete e com um conceito - mais do que um conceito, um mecanismo - bem amargo no seu âmago: o poder. De poder vêm depois os poderosos, e daí­ vem tudo o resto.

Eu, quando me passeio na rua, não sinto magnetismos e fluí­dos de magnificência à minha volta. Não quero ser dono e senhor do mundo, e muito menos de outro alguém que não seja a minha pessoa. Mas há quem não perceba a importância disto e cultive - porque desde pequeno incentivado, porque lho permitem e o animam nesse sentido - um estranho sentido de superioridade. Apenas porque vive num código postal 1000, porque o telefone é este desta zona e isso diz muito, porque está albardado daquela loja ou tem apelido x. Nós somos o que fazemos, não a partir de onde o começamos a fazer.

As coisas não são portanto diferentes do que eram. Apenas estão a mudar. Alteraram-se. Quando guardamos o lixo no caixote em casa isso não quer dizer que não temos já lixo em casa. Temos, basta abrir o caixote para o confirmar. Mas é claro que, e com toda a razão, sensatamente não abrimos o caixote de cinco em cinco minutos.

O paí­s é o mesmo, as pessoas são as mesmas, nada mudou. O que me espanta é o espanto. Se nós não estávamos bem noutros níveis alguma razão haveria para o explicar: estamos a ser liderados por gente que não presta, por grupos mediocres que adquiriram o seu poder à custa de tradição, de passagens cegas de testemunhos maiores do que eles. Nada mudou. O peso às costas, quando de larga empresa, depressa é deixado cair, para que se possa andar , precisamente, de costas ao alto e nariz apontado para cima. Não é assim que se faz obra. A minha avó, que era agricultora, sabia-o muito melhor do que estes fracos - diria até falsos - líderes. Infelizmente, porque, como é que dizia o outro?, fraco lí­der faz fraca a gente.

Até logo

sexta-feira, outubro 10, 2003

Blogweddings 1

Agora, só para dizer que dois grandes amigos (um ele e uma ela) se casaram há uma semana e qualquer coisa. Dois grandes amigos é como quem diz, são na realidade mais do que isso.

Só para dizer como fico feliz por eles.

Um abraço
Disciplina é para os outros

Vamos ver se actualizamos isto. Nos últimos tempos outras coisas se sobrepõem ao real mesquinho. Falo de mim, sem poder dizer de que se trata.

Por falta de tempo, gostaria por agora de actualizar algumas coisas muito importantes que se têm passado com a cultura portuguesa:... pronto, já está.

Volto em breve, talvez mesmo amanhã.

Um abraço